A Criação da Civilização

O mal e os espíritos protetores

Como já vimos no capítulo anterior, embora o mal, até agora necessário, se tenha tornado desnecessário, não é fácil expulsá-lo. No plano de Deus concernente a este ponto, há algo de muito sutil e delicado. Isto será pouco a pouco explicado. Antes, porém, é preciso conhecer a constituição do cosmos.

 No centro do Universo, existem três massas flutuantes: o Sol, a Lua e a Terra. O Sol é formado pelo elemento fogo; a Lua pelo elemento água, e a Terra, pelo elemento solo. Estes três elementos possuem características e forma de manifestação próprias. As energias provenientes do elemento fogo e do elemento água unem-se para formar a atmosfera ao redor da Terra e promovem o nascimento e o desenvolvimento de tudo que existe no mundo.

A sua forma existencial sobre a Terra está separada em “yin” (negativo) e “yang” (positivo). Isso quer dizer que o espírito do fogo é “yang”, e o espírito da água é “yin”. O fogo arde na vertical, e a água flui na horizontal. O vertical e o horizontal, entrelaçados, estão em movimento. Esse é o estado em que partículas ultramicroscópicas, além da imaginação, cruzam-se acima da Terra, até certa altura, formando as camadas de ar ou a própria atmosfera. A natureza do “yang” e do “yin”, em sua forma concreta, evidencia-se em fogo e água, calor e frio, dia e noite, claro e escuro, espírito e corpo, homem e mulher, etc.

Em termos de bem e mal, o “yang” é espírito e é bem; “yin” é corpo e é mal. Nesse sentido, o bem e o mal constituem uma antítese. Este é o aspecto básico da Grande Natureza.

Esse princípio também poderá ser compreendido observando-se o homem. O corpo humano está constituído de dois elementos: corpo físico, visível, e espírito, invisível. O corpo e o espírito têm uma relação intima e inseparável; o homem consegue manter a vida graças à energia vital gerada pela união de ambos. Contudo, existe uma lei: o espírito é principal, e o corpo é secundário. Isso está muito bem evidenciado pelos fatos reais. Quando surge a vontade na consciência, que é o cerne do espírito humano, ela ordena ao corpo e este passa a agir. Está claro, portanto, que o espírito é a essência e o regente do homem. Mas por que razão o espírito cria maus pensamentos? Como este é o ponto focal, será minuciosamente examinado. A explicação, porém, terá de ser necessariamente religiosa, porque a questão do bem e do mal é uma questão da consciência.

O homem está constituído de espírito e matéria, mas a ciência, que toma por base apenas o corpo físico é deficiente e unilateral, por maior que seja seu progresso. Por isso está mais do que claro que não se trata da Verdadeira Ciência. Ao contrário dela, a nossa é fundamentada na relação entre ambos, o espírito e a matéria. E o que poderia ser isto se não a Verdadeira Ciência? Assim, a questão do bem e do mal está na consciência, ou seja, no espírito. Se estudarem cuidadosamente a tese que eu desenvolverei daqui a diante baseada na Verdade da Lei do Espírito Precede a Matéria, tenho certeza de que a compreenderão perfeitamente.

Em primeiro lugar, tratarei do nascimento do ser humano. Não é necessário dizer que a concepção, em sentido material, significa que um espermatozóide masculino penetra no óvulo feminino e o fecunda. No sentido espiritual, é uma partícula do espírito de Deus tornando-se uma alma, que ali se instala. Quando o bebe nasce após a fase de gestação, outras duas almas aproximam-se da primeira e aí se estabelece uma ligação entre as três. Uma dessas duas almas é um espírito de animal, denominado “espírito Secundário”; geralmente ele encosta entre as idades de dois a três anos. A outra alma é denominada “Espírito Guardião”; sem encostar, ele fica sempre junto da pessoa, com a função de protetor. Essas duas últimas almas não se separam do homem durante toa a sua vida terrena, razão pela qual se pode até dizer que o homem é a conjunção dessas três almas.

A alma que se aloja em primeiro lugar chama-se “Espírito Primordial”; é a própria Natureza Divina e é também a própria consciência do bem. Eis porque se diz, desde os tempos antigos, que o homem é bom por natureza. O Espírito Secundário, ao contrário, é o próprio mal, por isso está em constante luta com o Espírito Primordial; isso é fácil de ser compreendido por qualquer pessoa; bastando que ela analise o seu interior. O “Espírito Guardião” é selecionado entre os antepassados, e está constantemente junto da pessoa. Sua função é protegê-la de tudo que possa levá-la a infelicidade: acidentes, perigos, doenças, más ações, preguiça, depravações, etc. Pressentimentos, sonhos premonitórios, empecilhos, desencontros, as coisas não correrem bem ou escapar-se de um desastre em razão de não se ter conseguido embarcar num veículo por um motivo qualquer, ou ainda quando algum incidente impede a pessoa de aproximar-se de algo nocivo, tudo isso é resultado da ação do Espírito Guardião.

O Espírito Primordial e o Secundário estão em constante luta; se o Primordial vence, o bem é praticado, mas se o secundário vencer, o mal é cometido. Por conseguinte, o homem é um ser de natureza intermediária entre Deus e a besta. Elevando-se, torna-se semelhante a Deus; degradando-se, torna-se semelhante ao animal. O mundo nos oferece claros exemplos disso.

Que espécie de espírito é o Espírito Secundário? Nos homens japoneses, são principalmente espíritos desencarnados de “tengu” (Ser misterioso que habita as montanhas. Tem forma humana, asas, rosto vermelho e nariz comprido, sendo possuidor de poderes espirituais extraordinários. Porta sempre um grande leque É orgulhoso e amante de discussão e jogo) , serpentes, texugos, cavalos, cachorros e aves entre muitos outros. Nas mulheres japonesas, são principalmente os espíritos desencarnados de raposas, serpentes, gatos, aves, etc. Além do Espírito Secundário, outros espíritos poderão encostar temporariamente. Talvez os homens da atualidade não acreditem em “tamanhas bobagens”. Contudo trata-se da pura verdade, sem um pingo de erro, e quem não consegue aceitá-la é porque está preso à superstição materialista. Uma vez eliminada essa superstição, poderá compreendê-la imediatamente. O ser humano expressa, sobretudo, as características do espírito do animal encostado nele. Basta um olhar atento para que todos possam percebê-lo. Os espíritos que se encostam temporáriamentetambém são quase sempre de anomais. Algumas vezs, entretanto, o indivíduo é possuido pelo espírito desencarnado de outro ser humano e, mais raramente, pelo espírito de uma pessoa viva.

Mas por que esses espíritos se encostam temporatiamente? O encosto deve-se ao estado de impureza do espírito da própria pessoa. Quanto mais máculas ela tiver, mais fácil será o encosto do espírito do mal. Com isso ocorre o fortalecimento do Espírito Secundário, e sem querer a pessoa passa a praticar o mal. A maioria dos homens da atualidade está com os seus espíritos extremamente maculados, de modo que os espíritos do mal encontram muita facilidade de encostar e agir, o que faz aumentar a incidência de crimes e delitos. Ao contrário, nos homens que tem fé em Deus as máculas são poucas; eles gostam de praticar o bem porque a sua alma está mais pura e tem força para dominar o mal. Nesse ponto é que reside o valor da fé. Há pessoas que, no cotidiano, são boas, mas, como não tem fé em Deus, estão sujeitas ao encosto de espíritos malignos a qualquer momento; pode-se dizer que, de uma certa forma, são indivíduos perigosos. Por conseguinte, para concretizar uma sociedade melhor, não há outro caminho senão aumentar o número de possuidores de almas limpas.

No seu estado original, a alma é uma espécie de corpo luminoso; essa luz é muito temida pelos espíritos de animais. Hoje em dia, porém, a alma da maioria dos homens está maculada, o que facilita sobremaneira o encosto do espírito de animal. O homem é manipulado para macular-se ainda mais, e por isso é muito lógico que a sociedade esteja indo de mal a pior. As autoridades, desconhecendo totalmente estas verdades, procuram impedir o mal somente por meio de leis e sanções penais.  Como essas medidas estão totalmente fora do ponto vital, são ineficazes, não passando de simples paliativos.  A melhor ilustração disso está na Dieta (Congresso Nacional do Japão). Quase todos os projetos de lei apresentados visam a introduzir emendas e complementações nas leis, o que não passa de fabricação de remendos.

Pelo exposto, julgo que, em linhas gerais, devem ter compreendido o que seja o mal. Assim torna-se claro que, para solucionar a questão radicalmente, não há outro caminho senão a fé. Como alvo de adoração, há deuses de nível superior, médio e inferior, abrangendo cento e oitenta e uma hierarquias. Ao mesmo tempo, existe distinção entre divindades e demônios, mas é muito difícil distingui-los. Muitas pessoas, a despeito de sua fervorosa fé, não recebem graças imediatas; suas doenças não são curadas e sua conduta não é recomendável. Isso acontece porque o poder do deus que elas adoram é fraco, e não consegue impedir a atuação dos demônios. O problema é que, ao constatar essa realidade, as pessoas rotulam tais crenças de “baixa superstição” e julgam que todas as religiões, mesmo as justas, são iguais às outras.

Na Antigüidade, os homens, de modo geral, consideravam sublimes todos os deuses, sem saber que existem diferenças entre eles. Isto foi muito perigoso. Até agora, os deuses, ou seja, as divindades eram de segunda hierarquia. Como o seu poder era fraco, nas ocasiões de confronto entre as divindades e os demônios, o mal levava vantagem, mesmo que temporariamente. Ao observarem isso, os homens ficaram deslumbrados como o mal e procuraram seguí-lo. Especialmente os mais ambiciosos e capazes trilharam esse caminho, como bem demonstra a História, onde se registra a passagem de muitos heróis e personagens bem sucedidos durante algum tempo. Entretanto, todos eles, sem exceção, fracassaram, não conseguindo alcançar seus objetivos. Analisando espiritualmente, todos esses casos foram encosto de “Chefões” do mundo satânico. O interessante é que, no inicio tudo corre às mil maravilhas, e todos ficam exultantes; mas isso só acontece até certo ponto. Esses personagens sempre malogram, jamais alcançando seus propósitos. Quando isso ocorre, o espírito encostado abandona logo a pessoa. O Kaiser, Mussolini e Hitler são exemplos relevantes. Depois de ver malogrados os seus intentos, eles ficaram como que abobalhados, parecendo ser outras pessoas. Isso sempre acontece, após o afastamento de um grande demônio.

O fato mais espantoso nisso tudo é que o chefe supremo do mundo satânico elaborou há mais de dois mil anos, um plano minucioso e a longo prazo para alcançar a hegemonia do mundo, e até hoje continua atuando furtivamente. Entretanto, o mundo dos deuses também está lutando contra isso. São deuses da linhagem de Cristo, Buda, Maomé, Kunitokotati-no-Mikoto. Deus, o Senhor do Universo, veio impulsionando a cultura mediante a oposição e o confronto entre as divindades e os demônios. Como resultado, chegou-se atualmente a uma situação em que os demônios venceram até 99%. Mas agora, finalmente, Deus, o Senhor do Universo manifestará a diferença do poder de 1%, isto é, a Sua Onipotência, para fazer naufragar de vez o audacioso plano elaborado por eles. esta é a batalha que será travada entre 1% (onipotência)(Ichirin) e 99% (prepotência)(Kobukurin) e da qual se está a apenas um passo. Por conseguinte, quem conseguir apreender esta verdade, não poderá deixar de despertar plenamente.

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