Ensinamento de Meishu Sama:   A BEBIDA E A RELIGIÃO

Há um estreito relacionamento entre bebida e religião, mas parece que pouca gente tem conhecimento disso. Passarei, em seguida, a tecer considerações sobre o assunto.

A bebida ingerida em quantidade normal dispensa comentários, mas o hábito de beber em demasia, é causado por um fator de ordem espiritual. Os espíritos de "tengu", texugo e, mais raramente, o espírito de dragão, que apreciam muito a bebida, instalam-se no ventre dos beberrões e, como absorvem a energia da bebida, a quantidade desta reduz-se a uma fração da que foi ingerida. È comum dizer-se que ninguém consegue beber um garrafão (1,8 litro) de água, mas há quem consiga beber a mesma medida de saquê, como se houvesse esponjas em seu ventre.

Quando um indivíduo se embebeda e põe-se a esbanjar argumentos e criticas, tornando-se arrogante, está dominado por espírito de "tengu". Quando fica alegre, dando gargalhada, e, em seguida, mostra-se sonolento, é por influência do espírito de texugo. O espírito de dragão, por sua vez, costuma fazer com que a pessoa fique de olhar alterado e comece a importunar insistentemente ao que estão a sua volta. De maneira geral, observando-se a fisionomia dos bêbados, poder-se-á notar que apresentam jeito de "tengu" ou rosto de texugo; tratando-se do encosto do espírito de dragão, animal cuja a imagem conhecemos através dos desenhos e esculturas, os indivíduos são magros, de olhos fundos, ossos da face salientes e testa angular.

Há, ainda, o caso de pessoas que, quando bebem, perdem a razão e tomam atitudes violentas, típicas de certos portadores de anormalidades mental. Geralmente isso é causado por espíritos de criaturas que, em vida, tiveram suas células cerebrais danificadas pelo excesso de bebida. Devido a essa influência, o indivíduo é possuído por espíritos de animais; os tipos perversos tornam-se violentos e causam transtornos àqueles que os rodeiam.

Assim, o hábito de beber demais deve ser corrigido, pois, como todos sabem, a pessoa não só prejudica a si própria, mas também é motivo de constante sofrimento para os seus familiares, destruindo a harmonia do lar e causando transtornos à sociedade; seu fim geralmente é muito triste. Por outro lado, por mais que o indivíduo tente corrigir-se, não o consegue, porque a causa do problema está no hóspede invisível que habita o seu ventre. Torna-se, então, evidente que, para corrigir o vício da bebida, deve-se utilizar o método espiritual, pois só através da Religião é possível alcançar tal objetivo. Entretanto, parece que pouquíssima religião tem esse poder; aliás, o método empregado por elas – abstinência pelo rígido autocontrole – torna-se muito penoso, de modo que não é o mais aconselhável.

Talvez achem que se trate de auto-elogio, mas a Igreja Messiânica Mundial não recomenda absolutamente abstinência nem redução da bebida. Se a pessoa quiser beber, pode fazê-lo a vontade. A princípio, os que têm esse vício ficam contentes, mas, com o tempo, costumam dizer que pouco a pouco passaram a achar um gosto ruim nas bebidas, embriagando-se mesmo com doses pequenas; por fim não conseguem beber mais do que a quantidade normal.

Há inúmeros exemplos semelhantes me nossa Igreja. A explicação é que o espírito do animal alojado no ventre da pessoa se enfraquece ao receber a luz de Deus e, conseqüentemente, ela começa a beber menos. Assim, seja qual for a religião, se ela possui o esplendor da Luz Divina, conseguirá eliminar os beberrões do seu quadro de fiéis.

5 de setembro de 1948

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